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sábado, 26 de junho de 2010

Um rei nunca perde o trono

Nome completo:

Michael Joseph Jackson

Apelido:

King of Pop (Rei do Pop)

Nascimento:

29 de agosto de 1958

Origem:

Gary, Indiana

Data e local da morte:

25 de Junho de 2009 (50 anos)Los Angeles, Califórnia

Período em atividade:

1964 2009


Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de Agosto de 1958 Los Angeles, 25 de Junho de 2009) foi um famoso cantor, compositor, dançarino, produtor e empresário norte-americano.

Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Apelidado nos anos seguintes de King of Pop ("Rei do Pop"), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982),Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970, ainda pela Motown, gravadora responsável pelo sucesso do grupo formado por ele e os irmãos. Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido e popular da história, Thriller. Jackson é frequentemente citado como "O maior ícone negro de todos os tempos", e com grande importância para a quebra de barreiras raciais, abrindo portas para a dominação da música negra na música popular, e pessoas como Oprah Winfrey eBarack Obama conseguirem o status que tem hoje em dia.

No início dos anos 1980, tornou-se uma figura dominante na música popular[4] e o primeiro cantor afro-americano a receber exibição constante na MTV. A popularidade de seus vídeos musicais transmitidos pela MTV, como "Beat It", "Billie Jean" e "Thriller" são creditados como a causa da transformação do videoclipe em forma de promoção musical e também de ter tornado o então novo canal famoso. Vídeos como "Black or White", "Scream", "Earth Song", entre outros, mantiveram a alta rotatividade dos vídeos de Jackson durante a década de 1990. Foi o criador de um estilo totalmente novo de dança, utilizando especialmente os pés. Com suas performances no palco e clipes, Jackson popularizou uma série de complexas técnicas de dança, como o Robot, o "The Lean" (inclinação de 45º), o famoso "Moonwalk" entre outros. Seu estilo diferente e único de cantar e dançar, bem como a sonoridade de suas canções influenciaram uma série de artistas nos ramos do hip hop, pop, R&B e rock.

Jackson também foi um notável filantropo e humanitário, doou milhões de dólares durante toda sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades, através de sua própria fundação. No entanto, outros aspectos da sua vida pessoal, como a mudança de sua aparência, principalmente a da cor de pele devido ao vitiligo geraram controvérsia significante a ponto de prejudicar sua imagem pública. Em 1993 foi acusado de abuso infantil, mas a investigação foi arquivada devido a falta de provas e Jackson não foi a tribunal. Depois, casou-se e foi pai de três filhos, todos os quais geraram controvérsia do público. Em 2005, Jackson foi julgado e absolvido das alegações de abuso infantil.

Um dos poucos artistas a entrarem duas vezes ao Rock And Roll Hall of Fame, seus outros prêmios incluem vários recordes certificados pelo Guinness World Records, incluindo "O maior artista de todos os tempos" e um para Thriller como o álbum mundialmente mais vendido de todos os tempos - quinze Grammys e 41 canções a chegar ao topo das paradas como cantor solo - e vendas que superam as 750 milhões de unidades mundialmente, sendo que alguns empresários da Sony já registram a incrível marca de mais de 1 bilhão, sendo o artista mais vendido de todos os tempos. Sua vida, constantemente nos jornais, somada a sua carreira de sucesso como popstarfez dele parte da história da cultura popular por mais de quatro décadas. Nos últimos anos, foi citado como "a pessoa mais famosa do mundo".

terça-feira, 22 de junho de 2010

Realismo - Naturalismo

Realismo, Naturalismo e Parnasianismo.




Realismo
Cronologia das Escolas Realistas na França

Realismo: Madame Bovary, de Gustave de Flaubert – 1857

Naturalismo: O romance experimental, de Emile Zola – 1880.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O Realismo é um movimento literário que surgiu na Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas transformações que ali se operavam no âmbito econômico, político, social e científico.
fonte:http://terceirao.tk/2010/04/07/materia-da-prova-de-portugues/

Economicamente, vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia industrial experimentava em virtude das inúmeras invenções Possibilitadas pelas descobertas científicas e tecnológicas.

Apesar dos benefícios trazidos à burguesia, a condição social do proletariado era cada vez pior. Motivados tanto pelas idéias do socialismo utópico, principalmente as de Proudhon e Robert Owen, quanto pelas idéias do socialismo científico, defendidas por Karl Marx e Friedrich Engels, os operários procuram organizar-se politicamente. Fundam então associações trabalhistas e passam a agir melhores condições de trabalho e de vida.

No âmbito científico e cultural, ocorre uma verdadeira efervescência de idéias — considerada por alguns como uma segunda etapa do Iluminismo, do século XVIII. Dentre essas idéias, surgidas como conseqüência do aparecimento de várias correntes científicas e filosóficas, têm destaque:

positivismo de Augusto Comte. para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências;

determinismo de Hippolyte Taine, que defende que o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico;

a lei da seleção natural de Charles Darwin, segundo a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos.

Enquanto no domínio da Física, da Química, da Biologia e da Medicina ocorrem avanços significativos, são lançados os fundamentos de três novas disciplinas: a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia.

Os escritores, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma literatura sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo.

As descobertas científicas, as idéias de reformas políticas e de revolução social exigiam dos escritores, por um lado, uma literatura de ação, comprometida com a crítica e a reforma da sociedade, e de outro, uma abordagem mais profunda e completa do ser humano, visto agora à luz dos conhecimentos das correntes científico-filosóficas da época.

Aparece então o Realismo, que procura, na literatura, atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural. Suas atitudes mais freqüentes são o combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade; a crítica à sociedade burguesa e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, casamento, família); o embasamento no materialismo, o emprego de idéias científicas; a introspecção psicológica das personagens; as descrições objetivas e minuciosas; a lentidão na narrativa; a universalização de conceitos.

Ao lado do Realismo, surgem ainda as correntes literárias denominadas Naturalismo e Parnasianismo, de pequena penetração em Portugal. A primeira, que consiste na verdade em uma forma extremada de Realismo, procura “provar” com romances de tese as teorias científicas da época, particularmente o determinismo. O Parnasianismo por sua vez é uma corrente que combate os exageros de sentimento e de imaginação do Romantismo e tenta resgatar certos princípios clássicos de procedimento, como a busca do equilíbrio, da perfeição formal e o emprego da razão e da objetividade.

Os três movimentos tiveram ciclo na França, com a publicação do romance realista Madame Bovary (l857), de Gustave Flaubert; do romance naturalista Thérèse Raquin, de Émile Zola (l867), e das antologias parnasianas Parnasse contemporain (a partir de 1866).

O Naturalismo

Realismo e Naturalismo têm, entre si, semelhanças e diferenças. Se o primeiro procura retratar o homem interagindo no seu meio social, o segundo vai mais longe: pretende mostrar o homem como produto de um conjunto de forças “naturais”, instintivas, que, em determinado meio, raça e momento, pode gerar comportamentos e situações específicas.

Nas obras de alguns escritores realistas podemos distinguir certas características que definem uma tendência chamada Naturalismo.

Para os escritores naturalistas, influenciados pelas teorias das ciências experimentais da época, o homem era um simples produto biológico cujo comportamento resultava da pressão do ambiente social e da hereditariedade psicofisiológica. Nesse sentido, dadas certas circunstâncias, o homem teria as mesmas reações, instintivas e incontroláveis. Caberia ao escritor, portanto, armar em sua obra uma certa situação experimental e agir como um cientista em seu laboratório, descrevendo as reações sem nenhuma interferência de ordem pessoal ou moral.

No romance experimental naturalista, o indivíduo é mero produto da hereditariedade. Ao lado desta, o ambiente em que vive, e sobre o qual também age, determina seu comportamento pessoal. Assim, predomina o elemento fisiológico, natural, instintivo: erotismo, agressividade e violência são os componentes básicos da personalidade humana, que, privada do seu arbítrio, vive à mercê de forças incontroláveis.

O Romance Naturalista

No Realismo/Naturalismo, um dos principais objetivos dos artistas era proceder a uma análise rigorosa e precisa do mundo. Por isso o escritor procurava assumir uma atitude objetiva diante dos fatos da realidade que desejava transferir para uma obra. Sendo necessária então uma reprodução fiel do que foi analisado no mundo físico e espiritual.

1. 1. Objetividade/ compromisso com a verdade
2. 2. Contemporaneidade (o escritor preocupa-se com o seu momento histórico e não com o passado)
3. 3. Semelhança das personagens com o homem comum (personagens não são idealizados e sim tipificados, ou seja, representam pessoas comuns na sociedade).
4. 4. Condicionamento das personagens ao meio físico e social (as personagens aparecem condicionadas por fatores naturais e sócio-culurais, como o temperamento, raça, ambiente, costumes e educação).
5. 5. Lei da causalidade (acontecimentos sempre têm uma explicação lógica e racional – para toda atitude existe uma causa).
6. 6. Linguagem mais simples (escritores realistas preferem períodos curtos, de compreensão mais imediata, para atingir um público mais amplo).
7. 7. Análise psicológica das personagens

Pode-se observar então que houve uma reação ao idealismo romântico:

DIFERENÇAS ENTRE REALISMO E NATURALISMO

“Todo naturalista é realista, mas nem todo realista é naturalista”.

O naturalismo é uma tendência dentro do realismo, que se baseia numa concepção materialista do homem e da sociedade. Podemos perceber como particularidades do estilo naturalista:

1. 1. Personagens – homem movido pelo instinto, comportamento se aproxima ao do animal. Influências provêm da herança biológica e psicológica de cada um e não como no caso do realismo na qual o drama das personagens é mais uma questão moral e de desequilíbrio social.
2. 2. Conflito – desequilíbrio dos personagens junto com fatores de hereditariedade biológica e o ambiente criam condições para que se manifeste o conflito.
3. 3. Espaço – preferência a espaços urbanos e miseráveis, pois tende a retratar as camadas mais baixas da sociedade.
4. 4. Enredo – intenções combativas que fazem o leitor refletir sobre a realidade social de seu tempo.

Romantismo X Realismo/Naturalismo

Subjetividade Objetividade
Imaginação Realidade circundante
Fantasia Fatos observáveis
Emoção Razão
Verdade individual Verdade universal
Volta ao passado Análise e crítica do presente
Idealização das personagens Retrato fiel das personagens
Escapismo (a literatura como Engajamento (a literatura como forma
forma de furgir da realidade) de transformar a realidade)
nacionalismo universalismo
Linguagem predominantemente Linguagem predominantemente objetiva
expressiva

Realismo em Portugal

O Realismo é uma escola literária ou um estilo que predominou na segunda metade do século XIX, momento em que arte procurou se desprender do sonho, da imaginação, da fantasia e da subjetividade. Esse período é chamado de Realismo/Naturalismo. E procurava além de tudo, expressar o mundo de maneira objetiva com análise rigorosa e precisa opondo-se ao máximo em relação ao Ultra-Romantismo.

Datas importantes em Portugal

1865 – Questão Coimbrã e publicação do livro de poemas Odes Modernas

1871 – Conferência do Cassino Lisbonense.

1875 – Publicação de O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, primeiro romance realista-naturalista.

1890 – Oaristos, de Eugênio de Castro. Início do Simbolismo.

CONTEXTO HISTÓRICO

Em Portugal o Realismo se inicia em 1865 com a publicação do livro de poemas Odes Modernas, do poeta Antero de Quental. E é finalizado com a obra Oaristos, de Eugênio de Castro, que marca o início do Simbolismo.

As transformações culturais, políticas e científicas que vinham ocorrendo até a segunda metade do século XIX conduziram também Portugal a uma renovação ideológica e artística. A oposição ideológica entre o antigo e o moderno acabou se manifestando e resultou na importante e polêmica Questão Coimbrã, na qual se defrontaram os conservadores e os adeptos das novas correntes de pensamento.

Poderíamos resumi-la da seguinte maneira: O escritor romântico Antônio Feliciano de Castilho, líder de um grupo de poetas ultra-românticos, escreveu um posfácio à obra Poema da mocidade. Nesse posfácio, Castilho elogiava o autor e acusava o grupo de jovens de Coimbra, que se opunham ao Romantismo, de exibicionismo e do cultivo de temas impróprios à poesia.

Entre os acusados estava Antero de Quental, que num folheto denominado Bom Senso e Bom Gosto respondeu a Castilho, ridicularizando o romancista e defendendo a nova geração. Sendo assim, foi gerada uma divergência entre o realismo e o romantismo.

Os princípios defendidos pela nova geração consolidaram-se na série de Conferências do Cassino Lisbonense, que eram palestras em que os jovens expunham idéias novas a respeito da literatura e da vida política e cultural do país. Favorecendo para consolidação do Realismo/Naturalismo em Portugal.

PROSA REALISTA

Nessa época a pensamento fazia com que os escritores denunciassem os desequilíbrios da sociedade. Sendo três os alvos: a burguesia, a monarquia e o clero.

Preferência pela narração: Ao contrário dos românticos, que privilegiaram a descrição, os realista-naturalistas deram ênfase à narração do fato: o que acontece e por que acontece são as preocupações desses escritores. Como nomes importantes da prosa podemos citar Eça de Queirós e Fialho de Almeida.

* Eça de Queirós (1845 – 1900)

José Maria Eça de Queirós nasceu em Povoa de Varzim em 1845. Filho natural, passou a infância e a adolescência longe do pai. Formou-se em Direito em Coimbra. Em Lisboa, substituiu a atividade jurídica pela de jornalista e ficcionista, tendo colaborado com vários jornais da época. Sua estréia literária ocorreu com a obra O mistério da estrada de Sintra, escrita em parceria com Ramalho de Ortigão. Foi ministro dos Negócios Exteriores, diplomata em Cuba, na Inglaterra e finalmente em Paris, onde faleceu em 1900.

Se na sua fase mais combativa, em especial no Crime do Padre Amaro e no Primo Basílio, Eça de Queirós elabora um crítica contundente da burguesia lisboeta e dos ranços da vida provinciana e de suas instituições hipócritas e aviltantes, atacando a moral vigente e o atraso do país; na sua última fase o autor vai lentamente se aproximando do universo rural, agrário e aristocrático que marca o passado português.

Assim, ao lado do espírito crítico que nunca abandonou o autor, surge uma idealização do passado português e de suas origens gloriosas que servem então de baliza para o tão almejado futuro que ser quer também glorioso.

O elogio bucólico do campo e da aristocracia soa na verdade como Sebastianismo mal disfarçado, porém despido do misticismo e do messianismo que sempre o acompanharam.

Gonçalo, filho de uma casa mais antiga que Portugal, parte em direção à África e de lá volta glorioso e rico, ao contrário de D. Sebastião que movido por seus sonhos de glória acaba enterrado nas areias de deserto.

Passado e presente, glória e decadência, grandeza e fragilidade estão de tal forma imbricados neste romance como estão na vida lusitana. Esse senso das contradições, que marcavam Portugal na segunda metade do século XIX, é a força motriz que põe em movimento a máquina romanesca e cria o dinamismo interno tão rico e verdadeiro de Gonçalo. E se ao leitor parece utópica e sonhadora a solução encontrada pelo autor para o destino de seu personagem (Gonçalo = Portugal), nem por isso ela deixa de ser uma aspiração da alma lusitana.

AS “CENAS DA VIDA PORTUGUESA”

Eça de Queirós tinha a intenção, nos romances da sua fase naturalista, de pintar um quadro crítico da vida portuguesa. Em famosa carta a Teófilo Braga, na qual o romancista explica suas intenções ao escrever o romance O Primo Basílio, deixa claro que pretende compor um cenário de todas as mazelas da sociedade portuguesa de seu tempo:

“A minha ambição seria pintar a sociedade portuguesa tal qual a fez o Constitucionalismo desde 1830 e mostrar-lhe, como num espelho que triste país eles formam – eles e elas. É o meu fim nas “Cenas da Vida Portuguesa”. É necessário acutilar o mundo oficial, o mundo sentimental, o mundo literário, o mundo agrícola, o mundo supersticioso – e, com todo respeito pelas instituições de origem eterna, destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?”
Assim, Eça aborda, em O Crime do Padre Amaro, o clero devasso e a pequena burguesia da província; em O Primo Basílio, a burguesia lisboeta e a instituição do casamento; em Os Maias, a aristrocacia decadente e a alta sociedade preconceituosa; em A Capital, o jornalismo, a política e a literatura.

POESIA REALISTA

A poesia apresenta três tendências:

a) a poesia como veículo de divulgação de idéias revolucionárias e reformistas. Guerra Junqueiro e Antero de Quental representam essa tendência.

b) poesia do cotidiano – procura flagrar a realidade material exterior e o dia-a-dia das pessoas. O melhor representante desse tipo de poesia é Cesário Verde.

c) poesia metafísica – preocupa-se com as questões filosóficas do ser humano, opondo-se à poesia do cotidiano. Antero de Quental é o poeta mais representativo dessa tendência, apresentando uma visão de mundo bastante pessimista.

REALISMO NO BRASIL – No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.
Literatura –O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.

O realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.

CONTEXTO HISTÓRICO

O Realismo, no Brasil, nasceu em conseqüência da crise criada com a decadência econômica açucareira, o crescimento do prestígio dos estados do sul e o descontentamento da classe burguesa em ascensão na época, o que facilitou o acolhimento dos ideais abolicionistas e republicanos. O movimento Republicano fundou em 1870 o Partido Republicano, que lutou para trocar o trabalho escravo pela mão-de-obra imigrante.Nesse período, as idéias de Comte, Spencer e Darwin conquistaram os intelectuais brasileiros.

O Realismo e o Naturalismo aqui se estabelecem com o aparecimento, em 1881, da obra realista Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e da naturalista O Mulato, de Aluísio Azevedo, influenciados pelo escritor português Eça de Queirós, com as obras O Crime do Padre Amaro (1875) e Primo Basílio (1878). O movimento se estende até o início do século XX, quando Graça Aranha publica Canaã, fazendo surgir uma nova estética: o Pré-Modernismo.

MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu, viveu e morreu no Rio de Janeiro de 21 de junho de 1839 até 29 de setembro de 1908. De origem humilde, gago e epiléptico, este mulato se tornou tipógrafo com 15 anos (o chefe da tipografia era Manuel Antônio de Almeida) e tinha grande facilidade em leitura, o que lhe rendeu grande cultura. Completamente apaixonado pela esposa Carolina Xavier de Novais, que lhe influenciou durante toda a vida. Ficou extremamente taciturno com sua morte em 1904.Embora tenha começado como poeta romântico aos quinze anos de idade, foi o maior escritor realista do Brasil e, possivelmente, o maior escritor do Brasil. Nunca aceitou o Naturalismo, tendo criticado fortemente O Primo Basílio de Eça de Queirós (eles desenvolveram uma admiração mútua depois) e novamente tendo feito crítica ao Naturalismo no famoso conto O Alienista. Não só de obra ficcional, foi cronista e escreveu sob pseudônimo de modo muito eficientemente discreto e secreto, tanto que só mais de 40 anos após sua morte descobriu-se que ele era o autor das crônicas. São as chamadas Crônicas do Lélio. Também foi funcionário público, mas sem muita dedicação, membro fundador e primeiro presidente (perpétuo) da Academia Brasileira de Letras. Após a morte de Carolina, no entanto, passou a comparecer menos às reuniões.

Dizem os críticos que Machado era “urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. … A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. … Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos.”

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

Machado de Assis é o grande romancista brasileiro do século XIX. A complexidade de sua obra se reflete na caracterização psicológica de suas personagens e no retrato criado para a sociedade da época. A paisagem preferida é a humana, expressa através de sutilezas que dão originalidade ao trabalho. Os temas comuns são: o adultério, o casamento, visto como forma de comércio ou troca de favores, a exploração do homem pelo próprio homem. As mulheres são o ponto forte da criação machadiana. A figura feminina representa mulheres recatadas, sedutoras, adúlteras, fatais e dominadoras. Elas estão presentes também em seus contos, cerca de quase duzentos.

A narrativa apresenta peculiaridades que denotam a preocupação consciente do escritor com a linguagem. Constantemente, o leitor é convocado a participar da história que revela sua forma ficcional, estabelecendo uma metalinguagem, ou seja, a obra chama atenção para sua ficcionalidade, volta-se para si mesma, na tentativa de se examinar, como a justificativa que se encontra no primeiro capítulo de Dom Casmurro , tentando explicar o título do livro.

Esse trabalho minucioso de explicitação da ficcionalidade da obra resulta em lentidão e cuidado extremo, o que dificulta a leitura para os principiantes. A descrição do caráter das personagens é, muitas vezes, ambígua, permitindo diferentes opiniões. O narrador vai contando a história em meio a ironias e ceticismo, compondo um humor de difícil definição, mas que se revela em desdém contra as convenções humanas, ridicularizando-as, desnudando as hipocrisias mais íntimas, criando tipos imortais.

A obra reflete, também, as leituras do escritor, demonstrando estar em sintonia com o espírito da época. Escreve com correção e bom gosto, aproxima a linguagem escrita da falada, expondo modismos. Os livros de Machado de Assis foram traduzidos para várias línguas e têm sido objeto de estudo de inúmeros pesquisadores nacionais e internacionais.

Sua obra pode ser dividida em duas fases: a primeira apresenta características do Romantismo sob a influência de José de Alencar, mas revela o que há de melhor no escritor cearense, enaltecendo o aspecto urbano e social, formadores do indivíduo. Ainda, nesse período, escreve grande parte de sua obra teatral. É a segunda, porém, que demonstra a independência do autor brasileiro, inaugurando o Realismo no Brasil. Alfredo Bosi afirma que é nessa fase que o escritor desenvolve a “análise das máscaras que o homem afivela à consciência tão firmemente que acaba por identificar-se com elas”. O trabalho que marca a mudança de rumo do prosador é Memórias Póstumas de Brás , destacando-se também Quincas Borba .

Características literárias machadianas

Relações com a Socidade: Descrevia, através de um refinado sistema de símbolos, apenas os mecanismos, isto é, as estruturas que sustentavam a sociedade do Segundo Reinado e sua transição para a República. A História brasileira está na ficção machadiana, mas é captada principalmente através de seus reflexos no universo moral dos indivíduos. E sua grandeza maior provém da novidade das formas literárias que inventou para representar esses reflexos, razão pela qual se notabilizou como dissecador de almas e um estilista.

Microrrealismo Psicológico: Machado de Assis foi um devastador de intimidades. Dotado de inteligência micrográfica, do tipo sensorial e míope, não gostava de paisagens nem de multidão. Vivia à cata de indivíduos, examinando-lhes “o mínimo e o escondido”: gestos e expressões diminutas, olhares dissimulados, risos e intenções secretas, enfim, pormenores de superfícies que revelassem as vastidões do interior. Essa é a técnica do microrrealismo psicológico, desenvolvida por ele entre nós é responsável por muitas das mais belas páginas da Literatura brasileira.

Rupturas e Carnavalização: Após os estudos mais recentes do texto machadiano, tornou-se impraticável insistir no aspecto clássico de seu estilo: elegância, correção, equilíbrio, clareza, penetração, acabamento. Essas propriedades ele as possui em larga escala, mas elas são organicamente dinamizadas pela vivíssima inquietação do experimento formal, que torna a frase sarcástica, brincalhona, com feições de zigue-zague. Tais experimentos valorizam tipograficamente a página, com linhas pontilhadas, disposição visual das palavras e até um desenho. Incorporam a paródia, a ironia, a digressão, a polifonia, o leitor incluso e o absurdo do humor disparado, que não deixa pedra sobre pedra. Criou inúmeros tipos de personagens, Numa palavra: carnavalizou a Literatura brasileira, no sentido e romper com o enunciado unívoco e fundar o estilo experimental de muitas vozes e tendências múltiplas.

Estilos: A obra de Machado de Assis revela muita independência com relação aos estilos e modas literárias de seu tempo. A existência dele cruzou com várias tendências artísticas da vida brasileira: Romantismo, Realismo, Naturalismo, Impressionismo, Parnasianismo e Simbolismo. Ele contribuiu para formação de quase todas essas tendências, mas não se filiou com exclusividade a nenhuma em especial, extraindo delas apenas o indispensável para a criação de seu próprio estilo. Em suas obras temos o emprego de formas e procedimentos considerados “arcaicos” pelas práticas de escritura da segunda metade do século XIX: o estilo fabular e alegórico; as formas de expressão breves e concisas, como as máximas filosóficas pré-luministas e mesmo iluministas; o estilo digressivo e não-linear- de endeamento da narrativa.

Pessimismo e Humor: A atualidade da ficção machadiana funda-se também no pessimismo e no humor, tomados como instrumentos de problematização da vida. Apesar da ironia, ele possuía, em um sentido específico, em sentimento trágico das relações sociais, pois julgava que os homens, deserdados pela natureza, se batem numa luta desordenada e sem fim, a qual é motivo tão somente pelo irracionalismo da vontade. Diante do caos da existência, o riso apresentava-lhe somo um modo de suspender o desejo para melhor observar e compreender a humanidade. Decorreu daí um dos principais traços de sua Literatura: a ironia, que é o riso dividido, pelo excesso de lucidez, entre desencanto e cinismo. O senso de humor e ironia acabam afastando o discurso literário da retórica científica e biológica, tão cara aos realistas-naturalistas. Porém, este mesmo senso de humor e a ironia estão carregados de uma visão amarga e desencantada diante do homem e de sua existência em sociedade, contaminando suas narrativas com uma dicção filosófica muitas vezes pessimistas, para não dizer niilistas. Na maiorias de seus contos e romances realistas é indisfarçável _ sob a capa do humor e da brincadeira de salão _ a visão desiludida e angustiada diante dos destinos do homem.

Experimentalismo Ficcional: No plano estilísco, esse humorismo intransigente engendra o experimentalismo ficcional de Machado. Experimentalismo sem nada a ver com o romance “experimental” dos naturalistas. Ao contrário: com experimentalismo ficcional aludimos exatamente àquela livre manipulação de técnicas narrativas que assimila Machado de Assis aos grandes ficcionistas impressionistas, e o afasta dos naturalistas, com seu gosto pela execução linear do relato. Junto com a sua prosa artística, a sua aguda percepção do tempo e o subjetivismo “decadente” de seus personagens (por exemplo: Brás Cubas, o Bento de Dom Casmurro, a Flora de Esaú e Jacó, o Conselheiro Aires deste último romance e do Memorial), este é um dos elementos que justificam a inclusão de Machado ente os narradores impressionistas como Tchecov, Henry James ou Marcel Proust.

Narrador Intruso: Machado faz questão de expor o narrador, e de mostrá-lo ao leitor, explicitando o caráter de artifício de toda obra de arte. Esse narrador, que se expõe e dialoga diretamente com o leitor, inevitavelmente comenta a própria obra e seu processo particular de construção, incorporando à narrativa uma dimensão metalingüística.

Metalinguagem: Traço marcante e constitutivo do universo narrativo de Machado de Assis, e lhe dá uma dimensão moderníssima, uma vez que a exposição consciente do processo de construção da obra é também um traço marcante da literatura moderna, abrindo caminho, inevitavelmente, para a intertextualidade, onde as referência mais importantes para Machado vão se explicando e, muitas vezes, são deslocadas e revertidas em seis sentidos originais, e isso se faz por meio da ironia sutil e do senso de humor requintado e devastador.

ASPECTOS GERAIS (SÍNTESE) DA PROSA MACHADIANA

-Elementos clássicos (equilíbrio, concisão, contenção lírica).

-Aproximações realistas (crítica, objetividade, temas contemporâneos).

-Aproximações impressionistas (recriação do passado através da memória).

-Antecipações modernas (estrutura fragmentária não linear, metalinguagem, obras abertas).

-Visão desencantada da vida.

-Pobreza de descrições de paisagem.

-Os fatos só têm sentido em função do exame da consciência.

-Ação e enredo pouco importantes.

-Correção gramatical.

-Economia vocabular.

-Comportamento humano.

-Espírito de síntese humorista sutil e amargo.

-Concepção negativa da vida.

-Narrativa lenta.

-Descreveu os mecanismos que sustentavam a sociedade do segundo Reinado e a transição para a República.

-Alto nível reflexivo.

-Conversa com o leitor

-Microrrealismo psicológico.

-Pormenores de superfície que revelassem as vastidões do interior.

-Pessimismo.

-Humor negro.

-Capítulos curtos

-Ironia.

-Análise psicológica profunda.

-Equilíbrio.

-Bem X Mal – não há diferença.

-Universalismo.

-Metalinguagem.

-Mulheres poderosas.

Os temas comuns são:

-o adultério

-o casamento, visto como forma de comércio ou troca de favores

-a exploração do homem pelo próprio homem

-a loucura

PRINCIPAIS OBRAS

Fase Romântica

Poesias

Crisálidas (1864); Falenas (1870); Americanas (1875).

Romances

Ressurreição (1872); A Mão e a Luva (1874); Helena (1876); Iaiá Garcia (1878).

Contos

Contos Fluminenses (1870); Histórias da Meia Noite (1873).

Teatro

Hoje avental, amanhã luva (1860); Queda que as mulheres têm para os tolos (1861); Desencantos (1861); O Caminho da Porta (1863); O Protocolo (1863); Quase Ministro (1863); Os deuses de casaca (1865); Tu, só tu, puro amor (1880); Não consultes médico (1896); Lição de botânica (1906).

Fase Realista

Romances

Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).

Contos em jornais e revistas

Papéis Avulsos (1882); Histórias sem Data (1884); Várias Histórias (1896); Páginas Recolhidas (1899); Relíquias da Casa Velha (1906).

Poesia

Ocidentais (1901).

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Reflita

Fonte:www.youtube.com